Pensar faz bem.

Pensar faz bem.
Leitura, uma chave pra muitas portas.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Refletindo sobre o 20 de Novembro




Mais uma vez está chegando o dia 20 de Novembro e, como venho participando das comemorações da “Consciência Negra” na minha escola todos os anos, é mais um momento de rever o assunto com uma nova paródia; tipo de composição que gosto muito de trabalhar. Para inúmeros brasileiros esta data passa às vezes despercebida por motivos diversos; dentre estes, a descrença na proposta de que o negro poderá um dia ser reconhecido socialmente em pé de igualdade com as pessoas de outra cor. De qualquer forma, acredito que nós brasileiros, compostos na sua maioria por afrodescendentes, negros e miscigenados, temos o dever de manifestar-nos ou sensibilizar-nos com a questão do combate à discriminação ou preconceito de cor, no Brasil. É interessante ressaltar na proposta desta data, 20 de novembro, bem mais do que a data da morte de Zumbi dos Palmares, grande guerreiro e líder negro. A proposta  deve procurar esclarecer melhor os fatos ocorridos ao longo da história, na qual o negro ficou estereotipado e pré-definido com adjetivos tão ruins que não vale a pena citar. Perdemos muito tempo examinando cores, quando poderíamos nos definir como brasileiros e pronto. Não adianta alguns brasileiros ficarem posando de raça x ou y, porque na verdade a maioria não consegue uma árvore genealógica com apenas um tipo humano em comum, por conseguinte o quesito “raça” precisa ser tirado de discussão. O importante mesmo, é que todos sejam tratados como cidadãos, conscientes dos seus deveres e direitos. Para encerrar, vamos a nossa paródia, tirada da música “Esperando na janela” de Gilberto Gil, grande representante da cultura negra brasileira.

Paródia: Peço Consciência/ José Holanda Orig:(Esperando na janela/ Gilberto Gil)

Este é o momento pra comemorar
20 de novembro vamos refletir
CONSCIENCIA NEGRA, marco  da história
O assassinato do negro ZUMBI,
Sempre lutando pela liberdade
Da escravidão, tentando fugir
O tempo todo temos que lembrar,
E reconhecer seu grande valor,oh
Saber que o negro foi injustiçado
E no seu trabalho, o Brasil se edificou
.

Por isso eu peço consciência ai, ai
Hoje é dia de consciência ai ai,                (REFRÃO)
Precisamos de consciência ai, ai
Consciência  negra é pra lembrar.


Vamos mudar esta visão mesquinha
De um negro escravo estereotipado
A escravidão humilha a todos nós
Povo brasileiro, miscigenado
Consciência negra é hora de alertar
Mostrar o negro mais valorizado,
Queremos ver uma nova imagem
Em vez daquela que se formou, oh
Um cidadão livre e respeitado
Não interessa, qual seja a sua cor.


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Piracema Escolar


A piracema é um processo no qual os peixes sobem até as cabeceiras dos rios, nadando contra a correnteza para realizar a desova e a reprodução. O percurso é feito todos os anos, e eles precisam vencer os obstáculos naturais, como as corredeiras e cachoeiras, no intuito de perpetuar suas espécies. Como se não bastasse a dificuldade natural imposta, o homem ainda põe armadilhas para capturá-los durante o percurso. Da força de vontade e obstinação desses peixes é que dependerá a sobrevivência da espécie.
Embora, com objetivos distintos, a piracema humana também ocorre nas escolas de jovens e adultos. Eles chegam às dezenas no início de cada ano, com toda euforia para enfrentar a corrida da volta às aulas. A vontade de recuperar o tempo perdido, o desejo de realizar um sonho que ficou pelo caminho, a cobrança de um diploma feita pelo patrão, a vontade de mostrar que também é capaz, tudo isso são motivos que os conduzem à retomada dos estudos. E em cada retomada, o sonho reacende, dessa vez será diferente. Um material escolar novo é comprado, organiza-se o horário para o atendimento, há muito pensamento positivo. E ambos, alunos e professores começam a acreditar em um melhor porvir. Mas, a correnteza que já era forte começa a aumentar, as redes de pesca avançam e os primeiros estudantes começam a faltar, quebrando o compromisso. Chegou a hora de saber, “quem é maior do que quem?” O estudante do CEJA não deverá aceitar a conveniência das desculpas do “não tenho tempo”, “está difícil,” “preciso viajar”, e tantas outras.
É fato que motivos não faltarão para a desistência, haja vista que a tendência dos obstáculos é se multiplicarem. Assim como fazem os peixes, é preciso que os estudantes mantenham a determinação acima da correnteza, para que o objetivo não se perda de vista; do contrário, terão que esperar a próxima piracema.


José Holanda Oliveira
09/05/2011